Casa de Pedra

Casa de Pedra
Tio Zé e Tia Helena, Santa Eudóxia - dez/2008

Um ser emocionado com as coisas simples da terra.

Como parte da história de um povo, simples, trabalhador e hospitaleiro, o Tio Zé, compôs estes versos mais adiante. Assim chamado porque é meu tio mesmo. Não de sangue, mas, casado com a irmã de minha mãe, tia Helena, tia preferida, de uma família de dezessete irmãos. Ele, com apenas uma irmã, família pequena, mas muito unida nos seus ideais caipiras, gigante na essência, simples nos gestos. Nascido em Santa Eudóxia, o interior do interior paulista. Símbolo econômico de outrora. Foi chão fecundo que trouxe riqueza para o lugar.

Como professor de inglês na juventude e também na terceira idade, é dono de um estilo que é só dele. Meio caipira meio metropolitano. Matuto e conhecedor de letras de duas diferentes nações o inglês e o português.

Assim é meu tio, que sempre admirei, por sua inteligência e senso de humor. Fazendo verso até mesmo quando podia chorar. Lembro bem dos repentes que fazia com meu pai. Dois garotos, quando competiam, um sarro. Uma viola, um trago de pinga e muitas risadas.

Tio Zé, depois da maturidade, enveredou-se a pescar, e, depois (ou durante, nem sei), à pinga. Como não podia deixar de ser diferente, pois, por mais que viajasse sempre será um caipira nato, com muito orgulho.

Tímido por natureza encontra nos versos a sua forma de mostrar seus sentimentos. Pra tudo faz poesia. Carinhoso, canastrão e às vezes melancólico, faz verso pra tudo que o emociona.

Agora com essa ferramenta chamada blog terá na mão sua oportunidade de abrir-se ao mundo. Soltar a sua voz.

Espero continuar a ver novas poesias até que eu esteja na terceira idade também.

Um grande abraço tio Zé. Da sua sobrinha sumida, Eliana Caitano de Campos. julho/2009.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Hospedaria

Ligado a toda essa beleza
Eu tenho toda certeza
Que isso é um paraíso
Daqui não quero ir embora
Mas se chegar minha hora
Eu quero um prévio aviso

Avisem com antecedência
Que esta minha existência
Esta para terminar
Então antes da partida
Arrumo a mala da vida
Para poder viajar

Quero levar na bagagem
Toda essa linda imagem
Que sempre fotografei
Para que os anos aqui vividos
Jamais sejam esquecidos
Um por um, eu levarei

Não sei se curta ou comprida
É a existência da vida
Que aqui tenho levado
Nada pode ser medido
Mas precisa ser cumprido
Tudo o que foi planejado

Mas, mesmo sendo pequena
Já tem valido a pena
Ficas nessa hospedaria
E absorver estes alimentos
A terra, o mar, os ventos
E toda essa luz do dia

Mas, se lá na eternidade
Eu sentir qualquer saudade
Ou não encontrar meu povo
Eu nem desarrumo a mala
Faço uma segunda escala
E volto para cá de novo

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