Casa de Pedra
Um ser emocionado com as coisas simples da terra.
Como parte da história de um povo, simples, trabalhador e hospitaleiro, o Tio Zé, compôs estes versos mais adiante. Assim chamado porque é meu tio mesmo. Não de sangue, mas, casado com a irmã de minha mãe, tia Helena, tia preferida, de uma família de dezessete irmãos. Ele, com apenas uma irmã, família pequena, mas muito unida nos seus ideais caipiras, gigante na essência, simples nos gestos. Nascido em Santa Eudóxia, o interior do interior paulista. Símbolo econômico de outrora. Foi chão fecundo que trouxe riqueza para o lugar.
Como professor de inglês na juventude e também na terceira idade, é dono de um estilo que é só dele. Meio caipira meio metropolitano. Matuto e conhecedor de letras de duas diferentes nações o inglês e o português.
Assim é meu tio, que sempre admirei, por sua inteligência e senso de humor. Fazendo verso até mesmo quando podia chorar. Lembro bem dos repentes que fazia com meu pai. Dois garotos, quando competiam, um sarro. Uma viola, um trago de pinga e muitas risadas.
Tio Zé, depois da maturidade, enveredou-se a pescar, e, depois (ou durante, nem sei), à pinga. Como não podia deixar de ser diferente, pois, por mais que viajasse sempre será um caipira nato, com muito orgulho.
Tímido por natureza encontra nos versos a sua forma de mostrar seus sentimentos. Pra tudo faz poesia. Carinhoso, canastrão e às vezes melancólico, faz verso pra tudo que o emociona.
Agora com essa ferramenta chamada blog terá na mão sua oportunidade de abrir-se ao mundo. Soltar a sua voz.
Espero continuar a ver novas poesias até que eu esteja na terceira idade também.
Um grande abraço tio Zé. Da sua sobrinha sumida, Eliana Caitano de Campos. julho/2009.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Devaneio
E no embalo dos sonhos risonhos que nos dão calor
Sentimos emoções ao desperdiçar no cedo
Somos o caminho da fé e de tudo que há
A esperança de hoje e do que virá
Somos pedaços da coragem e metade do medo
Ai quem nos dera sermos os ancestrais
De tudo que se foi e não voltará mais
Talvez só não volte em nossos pensamentos
Nós somos, nós fomos e nós seremos
Sempre, sempre, sempre os mesmos
Levados e trazidos pelos mesmos ventos
Ventos das quatro estações dos anos
Cheio de esperança e de desenganos
Somos a folha, a flor e o fruto nobre
Que a vida produz e sempre nos conduz
Na escuridão na vitrine da luz
Na alegria de uma alma pobre
O Tempo
E depressa também passo
Mas, não tenho muita pressa
Quero ficar nos seus braços
Passa tempo, tempo passa
Eu gosto que ela me amasse
Igual a massa de pão
Eu adoro esse perigo
Só quero ficar contigo
Me amarre em seu coração
Ai quem bom é esse embalo
Você grita, eu me calo
Adormeço e me deleito
Eu sou aquela criança
Que em seu colo descansa
Encostada em seu peito
Solitário
Quem é sua mãe meu filho?
És órfão? Acho que não
És o sentinela da praça
Todo mundo que aqui passa
Te vê nessa solidão
Tua mãe é a semente
Que pousou aqui inocente
E se agarrou a este solo
E por ser solo fecundo
Você veio a esse mundo
Carregado em seu colo
Aqui nessa terra amiga
Você se tornou espiga
Que aqui vive livremente
Ontem era só um caroço
Hoje já se tornou moço
Embonecado e atraente
Teus louros cabelos diz
Que você está feliz
Pois você nada esconde
Mostrando pro mundo inteiro
Que és rei neste canteiro
Aqui no balão do bonde
Não quero que você diga
Que esta minha barriga
Espera pra devorá-lo
Toda vez que aqui passo
A coisa que sempre faço
É parar e admira-lo
Terceira Idade
É a idade do saber
Não vivemos de saudade
Temos muito a oferecer
Nós somos jovens também
Porém com maior vivência
Temos o que o jovem tem
E muito mais experiência
Agora que somos pais
Temos que ter humildade
E ensinar cada vez mais
Toda essa mocidade
O futuro da nação
Está na mão desse povo
Eles tem a obrigação
De fazer um país novo
Minhas senhoras, senhores
Somos todos professores
Da grande humanidade
Se não fiz tudo que pude
Peço que Deus me ajude
Fazer na terceira idade
Felicidade
Embora não tenha sabor
Sem ela a vida é miséria
Ela é o alimento do amor
Quem costuma viver triste
Não sabendo deste bem
Não sabe que ela existe
Nem de onde ela vem
Acho que não vem da Terra
E tampouco vem do mar
É uma nuvem que encerra
Na vontade de amar
Mas esta força motriz
Que faz agente feliz
É preciso captar
Ela está sempre presente
Está ao redor da gente
É só questão de achar
O grande teste é viver
E saber compreender
Tudo o que em volta se passa
Nós somos a lenha do carvão
Em busca da emoção
No interior da fumaça.
Coração Dividido
Que linda recordação
Eu tenho desse estado
E desse povo irmão
Estou distante de ti
Mas, me lembro com carinho
Os dias que ai vivi
Quando ainda era mocinho
E trago no pensamento
Uma lembrança gostosa
Parece que sinto o vento
Trazer o cheiro da rosa
Por onde quer que ande
pra mim está presente
Cidade de Campo Grande
Saudade daquela gente
E daquelas pescarias
Ainda guardo na traia
O calor daqueles dias
E o som da polca paraguaia
Na linha transpantaneira
De beleza sem igual
Vi que a fauna brasileira
Mora aí no pantanal
Mas esse estado colosso
Teve que ser dividido
Hoje tem dois Mato Grosso
No nosso Brasil querido
No norte tem Cuiabá
Cidade nova e antiga
Também já estive por lá
Com aquela gente amiga
A saudade é uma ilusão
Mora no peito, espremida
Fica entre a paixão
E recordações da vida
Em São Paulo sou nascido
Aqui é meu rincão
Com Mato Grosso querido
Divido meu coração
Gaiola Dourada
Pelos ares da paixão
Eis que quando de repente
Cai em seu alçapão
Fui levado pelo vento
Atraído pelo odor
Agora meu alimento
É o fruto deste amor
Nesta gaiola dourada
Está preso meu coração
Já não importa mais nada
Nem dói esta escravidão
Preso na sua gaiola
Estou louco de contente
Aqui você me consola
Vejo o mundo diferente
Minha gaiola dourada
Eu que nunca tive nada
Me sentia tão sozinho
Hoje aqui estou feliz
Pois foi a vida quem quis
Que eu fosse seu passarinho
Ocaso
Na hora da ave Maria
Nós sabemos para onde
Se foi o farol do dia
Amanhã ele vem de novo
Todo alegre e sorridente
Vem aquecer todo povo
E germinar a semente
Assim no ocaso da vida
Na nossa troca de veste
Todo dia sem partida
Pra junto da mãe celeste
Na volta desta mudança
Começa nova jornada
O velho torna criança
E enfrenta nova estrada
Nascer viver e morrer
João marchas que nos conduz
Pelo nosso merecer
Sempre mais perto da luz
Todo dia o sol se vai
Porém nós temos mais prazo
Filhos do mesmo pai
Também temo nosso ocaso.
Você
Mas muito, muito mais ainda
Preenche os meus requisitos
Tens tudo o que um homem quer
Tens status és mulher
Mulher dos olhos bonitos
Não me deixa na loucura
Vou esperar sua formatura
Pra te pedir em namoro
Mas, se eu não for aceito
Você vai ter que dar jeito
Ou faço cara de choro
Sei que você e muito nova
Mas a nossa grande prova
É que agente se quer bem
Então pra que essa agonia
Eu só tô esperando o dia
Mas, não conta pra ninguém
Formatura
E, portanto, só nos resta
Uma alegria enorme
Ao ver em cada semblante
Um futuro estudante
Trocando só de uniforme
Uma etapa foi vencida
Mas da grande avenida
Há muito que percorrer
Meu amigos vão em frente
Pois que logo certamente
Chega o dia de vencer
E nesse dia então,
Haverá nova emoção
E uma nova formatura
E serás recompensado
Pelas lutas do passado
Na sua vida futura
Sem luta não há vitoria
E só terás essa gloria
Sendo aluno aplicado
Por isso amigo estudante
A tarefa e gigante
Mas Deus está ao teu lado
Quem não se lembra do trem
Naquele tempo alguém
Estudava ao som do apito
E hoje já são formados
Vivendo em outros estados
Mas filhos deste distrito
Pra que isso se repita
Essa moçada bonita
Com a ajuda de Deus
Hão de mostrar para o povo
Que Santa Eudóxia de novo
Se orgulha dos filhos seus
Minhas senhoras, senhores
Meus amigos professores
E a todos que aqui estão
É bastante emocionado
Que digo: muito obrigado
Do fundo do coração.
Lady
Por afeições do passado
Both in the same journey
Estamos sempre lado a lado
I know you are my lady
Minha cachorra querida
Almost my proper shade
Sombra da minha vida
Where I go, you are with me
És tão docile e inteligente
You love me I see
Isso me deixa contente
I am rains, your are fog
Na nossa vida terrena
My small yellow dog
Amarelinha e pequena
To have you is very good
Embora oposta semente
We eat the same food
Bebemos na mesma vertente
One day you will be dead
Quando será eu não sei
I prefere to go together
Assim por não chorarei
While we are in this land
Voce estará nos braços meus
But whem under the sand
Estaremos nos braços de Deus
Teus Cabelos
Eles são os mais belos selos
Que selam essa paixão
São longos, pretos e brilhante
E também fortes o bastante
Pra amarrar meu coração
Esse teu jeito de ser
Só alegria meu viver
Morena, mulher madura
Estes teu olhos acesos
Acendem os meus desejos
Com luz na noite escura
Todo dia eles crescem
E com meu coração mexem
Pois neles estou amarrado
Se é crime ter amor
Sou um grande delator
Neles quero ser enforcado
Que se faca um julgamento
E acabe o sofrimento
Deste ser adoentado
Que já tem dorme direito
Sentindo dentro do peito
A dor de um apaixonado
Itararé
Ajudastes a criar o Zé
Trabalhando na lavoura do algodão
Isto há meio século passado
Mas, ainda convivo a seu lado
Hoje estás envolta em solidão
Quanta casa, quanta gente
Eis que tudo de repente
Muda como a noite e o dia
Quanta criação quanto alimento
Saiu desse solo bento
No tempo de Otavio Faria
Você é pouco da essência
Parta da minha existência
Por você fiz o que pude
Mas, você fez mais por mim
Você e o pai Angelim
Nos dia da juventude
Hoje a paisagem é triste
Somente a tuia existe
O resta é cana, nada mais
Seu povo por necessidade
Foram todos pra cidade
Há muitos anos atrais
Você ainda espera sua gente
Pronta pra germinar semente
E coisas que a cidade não produz
Se Houver nova migração
Dentro deste imenso coração
Ainda está acesa uma luz
Princesinha
Sabendo que você existe
Mas me deixa sofredor
Sua pele e cor de mel
Seu corpo aquele céu
Todo estrelado de amor
Você é aquela tentação
Que alegria meu coração
Eu te amo. I Love You
Vem pra mim Oh! Princesinha
Preciso que sejas minha
Pro meu mundo ser mais blue
No jardim da minha mente
Você é a flor inocente
Porem a mais colorida
Embebida de perfume
Você é meu vaga-lume
Na escuridão dessa vida
Já pensou nós dois juntinhos
Envolvidos em carinhos
Aquela paixão sem fim
Então por que não me liga
Você só quer ser amiga
Mas eu não quero assim
Só Beleza
Eu tenho toda certeza
Que isso é um paraíso
Daqui não quero ir embora
Mas se chegar minha hora
Eu quero um prévio aviso
Avisem com antecedência
Que esta minha existência
Esta para terminar
Então antes da partida
Arrumo a mala da vida
Para poder viajar
Quero levar na bagagem
Toda essa linda imagem
Que sempre fotografei
Para que os anos aqui vividos
Jamais sejam esquecidos
Um por um, eu levarei
Não sei se curta ou comprida
É a existência da vida
Que aqui tenho levado
Nada pode ser medido
Mas precisa ser cumprido
Tudo o que foi planejado
Mas, mesmo sendo pequena
Já tem valido a pena
Ficas nessa hospedaria
E absorver estes alimentos
A terra, o mar, os ventos
E toda essa luz do dia
Mas, se lá na eternidade
Eu sentir qualquer saudade
Ou não encontrar meu povo
Eu nem desarrumo a mala
Faço uma segunda escala
E volto para cá de novo
Hospedaria
Eu tenho toda certeza
Que isso é um paraíso
Daqui não quero ir embora
Mas se chegar minha hora
Eu quero um prévio aviso
Avisem com antecedência
Que esta minha existência
Esta para terminar
Então antes da partida
Arrumo a mala da vida
Para poder viajar
Quero levar na bagagem
Toda essa linda imagem
Que sempre fotografei
Para que os anos aqui vividos
Jamais sejam esquecidos
Um por um, eu levarei
Não sei se curta ou comprida
É a existência da vida
Que aqui tenho levado
Nada pode ser medido
Mas precisa ser cumprido
Tudo o que foi planejado
Mas, mesmo sendo pequena
Já tem valido a pena
Ficas nessa hospedaria
E absorver estes alimentos
A terra, o mar, os ventos
E toda essa luz do dia
Mas, se lá na eternidade
Eu sentir qualquer saudade
Ou não encontrar meu povo
Eu nem desarrumo a mala
Faço uma segunda escala
E volto para cá de novo
Meu Paraíso
No meu sítio do interior
Tenho tudo que preciso
Sou um homem de juízo
Adoro ser lavrador
Quando o dia amanhece
Antes que a raposa deite
Pra que tudo bem comece
Eu faço a minha prece
E já vou tirar o leite
Aqui nóis tem pão caseiro
Leite puro, ovo caipira
Tem lingüiça no fumeiro
Tem até café tropeiro
O resto a gente se vira
Quase tudo a gente tem
Só compra o necessário
Dinheiro nóis tem tamém
Não depende de ninguém
Daqui sai nosso salário
Nóis até pranta vassoura
Café, arrois fejão e milho
Junho toca nossa lavora
E cuida do nosso filho
O menino ta crescendo
Logo vai ter que estudar
Até parece que to vendo
Nosso Toninho dizendo
Papai eu vou me formar
Como é bom morar no Mato
Como é bom ser pé vermeio
Sou igual um carrapato
Que trabalha sem contrato
Mas daqui eu não apeio.
Nota de Cem
Pro meu bolso ela não vem
Será que está no Brasil
Onde está essa bandida
Deve estar escondida
Mas dizem que alguém já viu
Dizem que ela é azulona
Que é super bonitona
E vale mais que vintém
Dizem que é nota rara
Mas quero ver a sua cara
I love you note de cem
Venha, venha te espero
És a nota que mais quero
Maior que nota de escola
Sendo a chefe do rebanho
Não posso achar estranho
que você não dê bola
Não foste feita de cobre
E tampouco para o pobre
Essa é a realidade
Mas a esperança nunca morre
Atraz de ti agente corre
Será que estás nesta cidade?
Queimada
Tudo é silêncio é deserto
Breve vem o funeral
Nossos pobres irmãozinhos
Indefesos tão sozinhos
Junto com seus filhinhos
Repousam no canavial.
De repente tudo explode
Cada um faz o que pode
Correm até ficar exausto
É inútil a correria
Mas nenhum deles sabia
Que a noite aconteceria
Pra ele um holocausto
Morreram todos ali queimado
Pelo chão esparramado
Campo de concentração
Condenados pelo “homé”
Que pra não morre de fome
Até seus irmãos consome
Sem piedade, sem paixão
É a queimada da cana
Que dura poucas semana
Mas mata a família inteira
Só traz dor e sofrimento
É fogo que vê co vento
O bichinho e o detento
Nessa guerra sem trincheira
Será que precisa disso?
Esse malvado serviço
Toda essa destruição
Por que não se ter respeito
E não tratar de outro jeito
Os que também tem no peito
Um pequenino coração
Até quando a Humanidade
Vai ser cheia de maldade
Perversa e impiedosa
O homem tinha que ter
Muito antes de nascer
Todo o resplandecer
Que tem o botão de rosa
Mas na impossibilidade
De haver uma igualdade
E sanar todo esse mal
Nosso pai onipotente
Devia por essa gente
Pra sentir o que os bicho sente
No fogo no canavial.
Heloísa
Minha primeira netinha
Já respira o ar da vila
Viestes trazer alegria
Ao João Luis e à Camila
És bonequinha gente
Que fez mudar de repente
A rotina desta vida
Agora que você veio
És a coisa mais querida
Tens saúde e és bonita
És aquela xiquitita
Mimada por todos nós
Só chora de vez em quando
Agora estamos esperando
Para ouvir sua voz
É um anjo de criança
Enquanto a mãe te balança
Como o balanço da brisa
Olha pro teu rosto e diz
Você me deixa feliz
Deus te abençoe Heloisa.
Santa Catarina
Estado que me fascina
Você tem rara beleza
É desse Brasil amado
Um pedaço contemplado
Da mais bela natureza
Aproveito a oportunidade
Aqui da minha cidade
Nestes versinhos que faço
A esse estado pequeno
Porém de clima ameno
Vai o meu abraço
De origem estrangeira
Essa gente hospitaleira
Acolhe bem seu irmão
Mostrando muito civismo
E também que o turismo
Mora ali naquele chão
O seu famoso já tem servido
E além da confecção
Seu grande parque fabril
Um dos maiores do Brasil
É um dos esteios da Nação
São como botões de rosas
Aquelas praias famosas
Enfeitando o estado inteiro
A visão do mar azul
Faz desse estado do sul
Um paraíso verdadeiro
Belo estado, bela gente
Cidades tão diferentes
Foi que agente conheceu
Quer aí voltar de novo
Pois sou igual esse povo
Descendente de europeu
Na mente vem o cenário
Do teu linho balneário
E da praia Joaquina
Quantas belezas meu Deus
Já viram estes olhos meus
Lá em Santa Catarina.
Raiz do Amor
Que faz agente feliz
Ou também deixa magoado
Vem da árvore da paixão
E chega no coração
Onde fica armazenado
E quando agente padece
É esta raiz que cresce
Em forma de uma espada
E penetra no interior
Ferindo a alma do amor
Deixando a vida arranhada
Mas quando se está contente
Esta raiz certamente
Penetra como uma flor
Que em forma de botão
Explode no coração
Enchendo todo de amor
Então é uma coisa gostosa
A vida é um mar de rosa
Tudo em volta é alegria
E neste embalo doce
É como se a vida fosse
Um carrossel de fantasia
Toda dor que nos afeta
Que nos fere com sua seta
Que é ferida de paixão
É o amor que elimina
Ele é a santa medicina
Da flora do coração.
Pescador
Na escuridão desta estrada
Chega a dar arrepio
O silêncio é absoluto
Mas eu sigo resoluto
Vou em direção ao rio
Quando o silencio e quebrado
É um curiango deitado
Caçando seu alimento
Que é um pingo de orvalho
Que se desprende do galho
Expulsado pelo vento
Mas, eu caminho seguro
Respirando este ar puro
Que a natureza oferece
Vou indo pra pescaria
Logo vai clarear do dia
É preciso que me apresse
Não sei se isso é loucura
Mas, gosto dessa aventura
E faço isso com amor
É um sentimento nato
Este é o meu retrato
Nasci pra ser pescador
João de Barro
Que fiz com o passarinho
Enquanto capino o mato
Ele apanha o bichinho
E neste barro vermeio
Ele trabalha sozinho
Quando o bico está cheio
Leva para o filhotinho
Ele é um pai amoroso
Sempre lutando cá vida
É um herói corajoso
Com nada se intimida
Me olha até meio torto
Com a enxada na mão
Querendo dizer oh! Morto
Vamos capinar o chão
Após um dia de labor
Um pensamento me ocorreu
Quem foi mais trabalhador?
Será que foi ele ou eu?
Sem sequer exigir ganho
E firme no compromisso
Considerando o tamanho
Ele venceu no serviço
Esse frágil animalzinho
Trabalha no chão e altura
Carrega no seu biquinho
O diploma da arquitetura
Marta
Ao contemplar a beleza das flores
E saber que do chão foi retirado
Toda esta variação de cores
Por que tem as plantas este poder?
Que ao Ser Humano não é confiado
Tudo tem uma razão de ser
Mas, isto é segredo guardado
Quem sabe um dia a humanidade
Compreenda melhor tudo que vê
Não sei se aqui ou na eternidade
Talvez desapareça este tal por quê?
Por enquanto só nos resta esperar
Continuando sempre na indagação
Até que o tempo venha nos contar
Tudo sobre esta doce ilusão
Mas, enquanto isso não acontece
Faço da admiração a prece
Sei que não vivemos a esmo
Será que também somos flor?
Ou somos a essência do amor
Que a flor reflete em nós mesmos.
As Flores
Ao contemplar a beleza das flores
E saber que do chão foi retirado
Toda esta variação de cores
Por que tem as plantas este poder?
Que ao Ser Humano não é confiado
Tudo tem uma razão de ser
Mas, isto é segredo guardado
Quem sabe um dia a humanidade
Compreenda melhor tudo que vê
Não sei se aqui ou na eternidade
Talvez desapareça este tal por quê?
Por enquanto só nos resta esperar
Continuando sempre na indagação
Até que o tempo venha nos contar
Tudo sobre esta doce ilusão
Mas, enquanto isso não acontece
Faço da admiração a prece
Sei que não vivemos a esmo
Será que também somos flor?
Ou somos a essência do amor
Que a flor reflete em nós mesmos.
Capital do Café
Mas este nosso distrito
Já teve dias de glória
Naqueles tempos passados
Ajudou o nosso estado
A construir sua história
Está neste chão sagrado
As melhores terras do estado
É uma dádiva de Deus
Quanto café foi exportado
Destas terras retirado
Pelo imigrante europeu
Foi terra de homens bravos
Foi quilombo dos escravos
Este distrito pequeno
No tempo da sesmaria
Quando por aqui vivia
O coronel Cunha Bueno
Hoje velha e esquecida
Mas, ajudou a dar vida
À cidade e ao estado
Carregando eles no colo
Com a riqueza do teu solo
E o suor do antepassado
A capital bandeirante
Deve muito ao imigrante
Mas, se hoje é o que é
Deve muito a este chão
Pioneiro em exportação
Naquele tempo do café
Hoje esta terra nossa é a querida Santa Eudóxia
O café teve seu tombo
Mas, na vida tudo passa
Adeus Maria fumaça
E São Sebastião do Quilombo
Loiraço
É uma grande inventora
Não há cristão que agüenta
Toda invenção dessa loira
Já trocou toda mobília
E acha que não tá bão
Só lá na minha família
Tem cinco televisão
Nosso carro quase novo
Já teve que ser trocado
Ela que mostra pro povo
Que somos endinheirado
Quando dá uma risada,
Eu já sei o que ela que
É dar mais uma afundada
No borso do pobre Zé.
Todo novo lançamento
Se roupa e de calçado
É sempre eu que agüento
Já to ficando quebrado
Ela que dá uma de rica
Mais é um probretona
Desse jeito agente fica
Cada dia mais na lona
Tudo que vê ela qué
Ela é um sado sem fundo
Vou trocar essa muié
Ou embora deste mundo
Quando não é atendida
Nem te conto nada
Ela fica P da vida
E, é aquela brigaiada
Pra agüentar esse tranco
Só com dinheiro emprestado
Rezem por mim lá no banco
Pois lá estou enterrado
Já não sei mais o que faço
De tanto escutá besteira
Quem quiser esse loiraço
Que leve essa tranqueira.
Bóia Fria
O vento castiga o rosto
Não adianta a proteção
Estamos deixando a vila
Nas costas vai a mochila
E a ferramenta na mão
Nóis somos os bóias frias
Já que amanhece o dia
Da cama agente se mexe
A mulher apronta a comida
E vai logo em seguida
Levar o filho pra creche
Então vem a jardineira
Toda cheia de poeira
E lá vamos nós pra usina
Como não temos estudo
O jeito é enfrentar de tudo
Esta é a nossa sina
O salário é muito baixo
Mas, mesmo assim, inda acho
Que pra nóis tá bão demais
Pois existe tanta gente
Que por se achar doente
Não faz o que agente fais
Nóis que temos saúde
É pedir que Deus ajude
E ilumine nossa trilha
E sacrifício e tamanho
Mas com esse pouco ganho
Mantemos nossa família
Devia haver igualdade
Entre nóis e os da cidade
Pois, acho que merecemos
Por tudo que nóis sofremos
Porque também somos gente.
Pé de Jambo
Você aqui meu amigo?
Às vezes passo e nem ligo
Não esperava aqui te encontrar
Junto ao arvoredo pobre
Pois és uma fruta nobre
Habitante de pomar
Por que aqui solitário?
Como Cristo no calvário
Por acaso estas fugido
Não fiques de cara feia
Você não esta na cadeia
Mas sim num lugar querido
E te vejo tão elegante
Muito embora tão distante
De onde deveria estar
Tu me deixas comovido
Ao vê-lo assim tão florido
Quero te cumprimentar
Juntando aos ingazeiros
São seus irmãos brasileiros
Mas não de sua família
Eu vejo todo fardado
Enfeitando minha trilha
Não sei se és fêmea ou macho
Mas, olhando aqui debaixo
Contemplo teu corpo inteiro
De uma coisa estou certo
Morando neste deserto
Sei que ainda és solteiro
Você enfeita meu rio
Pois acho que ele sentiu
Que deveria tê-lo aqui
Viajastes com o vento
Para servir de alimento
Ao pequeno lambari
Graças ao nosso criador
Você é o fruto do amor
Que veio colaborar
És como um missionário
Que se abstém do salário
E serve sem reclamar
Não é sempre que te vejo
Porém é um grande desejo
Toda vez que aqui descambo
Conversar um pouco contigo
Pois você e meu amigo
Meu querido pé de jambo.